Longe vão os tempos em que a tecnologia não era tema nas áreas da Arquitetura, Engenharia e Construção, em que falar-se de BIM (Building Information Modeling) era como entrar numa realidade paralela, com tanto de entusiasmo pelo potencial, como de receio viesse (quase) substituir o Arquiteto.
Sim, agora é diferente, esta forma de trabalho conquistou tudo e todos, e já não é possível voltar atrás, e podemos dizer que evoluímos. Se ainda não apanharam este comboio, não percam mais tempo, venham connosco.
Desmistificando o “bicho papão”, o BIM não é mais do que uma metodologia de trabalho que armazena e facilita a troca de informação entre todos os intervenientes do projeto, criando modelos virtuais com todas as características físicas e funcionais de uma edificação, que contém todas as informações de construção disponíveis em projeto. A criação, edição e gestão dos modelos e sua informação é apoiada em softwares com potencialidades BIM que permitem executar o projeto com diversos níveis de desenvolvimento/detalhe, possibilitando, aos intervenientes do projeto, especificar e articular através de referências técnicas e visuais, o conteúdo e confiabilidade dos modelos nos vários estágios dos processos de conceção e construção.
A não duplicação de tarefas, a compatibilização dos projetos, prazos alargados para revisão de projeto e a melhoria do tempo de desenho, são algumas das maiores vantagens de utilização desta metodologia. Para além disso, permite identificar e antecipar problemas típicos, ainda no decorrer da fase de projeto, desde as mais embrionárias às mais avançadas, possibilitando a prevenção de problemas que podem ocorrer durante a construção.
Resumindo, através de um modelo digital e sendo uma metodologia colaborativa, o BIM permite construir e gerir virtualmente um projeto durante todo o seu ciclo de vida. Esta abordagem é já uma realidade obrigatória a nível internacional e passará, muito em breve, também a ser em território nacional!
E estarão as empresas preparadas para a mudança? Algumas sim, outras nem tanto, pois a alteração do método tradicional para o BIM não acontece de um dia para o poutro, na medida em que implica um reset ao mindset empresarial, uma sensibilização de toda a equipa, mais formação dos órgãos de gestão da empresa, o custo de paragem associado a implementação da metodologia e um maior esforço financeiro a curto prazo (formação das equipas de trabalho e a substituição de hardware e software). Poderá não ser uma tarefa fácil, mas podemos adiantar desde já que vai valer, mesmo, muito a pena!
E não é só opinião, também a lei vai acompanhar a tendência. Uma das medidas do Programa Mais Habitação, Proposta de Lei 64/XXIII/2023, esta realidade está mais presente que nunca, pois visa, de acordo com o Artigo 2º, alínea b), “determinar a obrigatoriedade de, a partir de 1 de janeiro de 2025, se apresentar o projeto de arquitetura e os projetos de especialidades modulados digital e parametricamente e coordenados de acordo com a metodologia Building Information Modelling (BIM), e entregues no formato Industry Foundation Classes (IFC)”.
Na verdade, há já 7 anos que a TUU alertava para a necessidade de ter o BIM como ferramenta obrigatória em projetos de Arquitetura, facto é que fomos pioneiros ao integrar todos os projetos em BIM, desde o levantamento à gestão da manutenção, com integração de todas as especialidades.
Esta é só uma das muitas portas de entrada para a inovação e transformação do setor da construção. Temos a certeza que muitas se seguirão, como a introdução de nuvem de pontos, uma coleção de pontos adquiridos por Scanners 3D a laser ou outras tecnologias que permitam criar representações (desenhos) 3D de estruturas já existentes, sem a necessidade de desenhar linha a linha como antigamente ou até a colocação de câmaras em obra para controlo e monitorização de fiscalização e, até um dia, as plataformas de trabalho para gestão de processos construtivos em obra! E nesta, também nós já fomos visionários com a Buildtoo!
É verdade! Sempre construímos antes da construção!